Ainda Estou Aqui, dirigido por
Walter Salles, e estrelado por Selton Mello, como Rubens Paiva; e Fernanda Torres,
como Eunice Paiva, já levou mais de 2 milhões de espectadores ao cinema
brasileiro. E não à toa. Ele é uma excelente produção que nos envolve ao contar
uma história real ocorrida durante a ditadura militar brasileira.
O filme é uma adaptação do
livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, autor, entre outros, de “Feliz ano
velho”. A história narra o sofrimento do escritor e de sua família diante do
desaparecimento de seu pai, o ex-deputado federal Rubens Paiva, assassinado
pelo regime militar.
Um dia, Rubens saiu de casa
para ser interrogado e nunca mais voltou. A família só recebeu sua certidão de
óbito 25 anos depois. Eunice, a viúva, mãe de 5 filhos, teve sua vida interrompida.
Com isto, transformou-se. E assistir à luta desta mulher para continuar é envolvente
e encorajador. É a jornada do herói da vida real.
O filme tem muitas cenas tocantes,
realizadas com sutileza e delicadeza. A da câmera percorrendo a casa vazia onde
a família morava no Leblon, após convivermos com tanta vida e alegria ali e a
de Eunice, fechando as cortinas, ao se despedir do marido no dia em que ele saiu
para ser interrogado são alguns exemplos.
Estas cenas devem ser mostradas.
Estas histórias devem ser contadas. Ao revivermos o drama de Eunice, temos a
certeza de que algumas coisas não podem voltar. Se, para se manter, é preciso
calar o que não está a seu favor, já não deu certo. Eunice Paiva, com seu sorriso
resistente e olhar melancólico, resgata a memória que tem que estar sempre por
aqui.
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