quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Assista-me: Elis & Tom, Só tinha que ser com você

 

“Elis & Tom, só tinha que ser você” é um documentário em cartaz nos cinemas sobre os bastidores da gravação do disco lançado em 1974 por Antônio Carlos Jobim e Elis Regina pela gravadora Polygram.  As gravações foram realizadas entre 22 de fevereiro e 9 de março do mesmo ano no MGM Studios de Los Angeles, Califórnia. O disco marcou o encontro de dois dos maiores nomes da música popular brasileira.

Anos antes, a cantora havia afirmado a Ronaldo Bôscoli, produtor musical e seu futuro marido: “Essa sua Bossa Nova, esse negócio de cantar para dentro, para depois sair um fiapo de voz - não é comigo não. Eu canto para fora!”. Justamente a Bossa Nova, estilo eternizado por Tom Jobim. Os dois acabaram unindo os estilos nesta gravação, em que a cantora está mais contida e doce. Nele, quem diria, Elis interpreta diversos clássicos do gênero, como "Águas de Março" (que se tornou o maior sucesso do disco), "Corcovado", "Inútil Paisagem", às vezes em dueto com Jobim, que em outros momentos apenas a acompanha no violão ou piano.

O disco foi um sucesso de vendas e de crítica e segue sendo aclamado por músicos e críticos no mundo inteiro. Assim, quase 50 anos depois de seu lançamento, um documentário sobre os bastidores desta produção acaba se ser lançado. Produzido por Roberto de Oliveira e Jom Tob Azulay, o documentário, além das cenas das gravações na época, conta com depoimentos de César Camargo Mariano, André Midani, Roberto Menescal, Nelson Motta, João Marcelo Bôscoli e Elizabeth Jobim.

Roberto de Oliveira, que era empresário de Elis Regina em 74, participou da gravação um álbum conjunto em Los Angeles. Sobre o momento, ele comenta: "Chegando lá eu percebi que eu tinha que filmar aquilo. Percebi que eu estava diante de um evento histórico." O filme passou por um tratamento de imagem e foi lançado em 4K. Com a ajuda de inteligência artificial, o diretor contou que foi possível deixar o áudio o mais limpo e claro.

É sempre bom rever e reencontrar artistas como Elis e Tom Jobim. Melhor ainda é ouvi-los e vê-los em plena ação. Aproveitei e levei a Manuela, minha filha, para assistir ao documentário comigo. Numa época acelerada de produções superficiais para redes sociais e cantores instantâneos, é sempre interessante presenciar o processo de dedicação e o esmero numa produção. Além, claro, conhecer estas canções e estilo, que devem e precisam ser relembrados e reverenciados.