segunda-feira, 16 de abril de 2012

Os Descendentes

Os Descendentes (2012)



Li que a corrida de Matt King (George Clooney) em “Os descendentes” seria a antítese da corrida “tecnicamente perfeita” de Tom Cruise em Missão Impossível. Não há melhor descrição. A correria de Matt é desesperada. Uma corrida atrás do que se perdeu. Uma pressa que, muitas vezes, não é mais necessária. Ele já não se lembra da última vez em que buscou sua filha Scottie (Amara Miller) na escola. E não entende por que não comprou o barco que sua esposa Elizabeth King (Patricia Haste) tanto queria.

Elizabeth está entre a vida e a morte no hospital e Matt ,que sempre trabalhou demais, vê-se às voltas com suas filhas de 10 e 17 anos. De repente,ele começa a descobrir o que passou despercebido nos últimos anos. Sobre sua família, ele conclui, enquanto viaja pelo Havaí, onde mora: “Somos como um arquipélago. Cada um de nós é uma ilha, morando na mesma casa.”

Matt corre para esse tempo que não volta. Mas também corre para aquilo que pode recuperar; para o que ainda não viveu. E, aos poucos, poderá alcançar algumas “chegadas” pretendidas. Não todas, claro.

O protagonista, de imediato, esclarece que o Havaí não é o paraíso como todos pensam. Nenhum lugar é. Temos nossos dramas onde quer que estejamos, Havaí ou China; mar ou montanha. O que temos de fazer é prestar mais atenção ao que está em volta para não precisarmos correr demais quando o acaso intervir. Ao final, somos a quarta pessoa sentada na sala com Matt e as filhas. E isso nos faz tão bem quanto a ele.