terça-feira, 25 de outubro de 2016

Sete Homens e Um Destino

     Branca Moura Machado
      
   
  “Sete homens e um destino” permanece um clássico nesta refilmagem com Denzel Washington no papel que foi de Yul Brynner no longa dirigido por John Sturges, em 1960. Na verdade, o filme de Sturges também se tratou de uma versão americana de “Os Sete Samurais” dirigido por Akira Kurosowa, em 1954. A versão atual moderniza alguns conceitos e é politicamente correta ao trazer cowboys de várias raças e etnias para compor a equipe de anti-heróis. O diretor Antoine Fuqua disse que a diversidade não é proposital, e sim “o que acontece quando você só busca os melhores atores, independentemente da cor”. A premissa permanece intacta: sete homens com habilidades e personalidades diferentes se unem para defender uma causa que não é a deles, mas para a qual eles se propõem a matar ou morrer. 
      O filme se passa em 1879 e começa com o vilão Bartholomew Bogue (Peter Sargaasd), decretando aos moradores da pequena cidade de Rose Creek que eles devem vender suas propriedades a ele a um preço simbólico. Alguns moradores se revoltam e o que se vê é um massacre. Os cidadãos não têm a menor chance. Bogue, então, anuncia que voltará em 03 semanas para pegar as escrituras. Assim, os cidadãos resolvem juntar tudo de valor que possuem e procurar matadores especializados para os ajudarem a enfrentar o vilão. É assim que conhecem Sam Chisolm (Denzel Washington), um cowboy que alega ser subtenente, e conquista respeito com seu olhar, enquanto sua rapidez no gatilho consegue o resto. Quando os representantes do vilarejo esclarecem ao personagem que estão oferecendo tudo que possuem ele comenta: “Já me ofereceram muito pelo meu trabalho, mas nunca tudo.” Neste momento, ele percebe a importância daquela tarefa para aqueles que o contratam. Então, questiona Emma (Halley Bennet): “Você quer justiça? ”. E ela responde: “Eu quero justiça, como todos nós. Mas aceito vingança. ”.
      Na primeira parte, assistiremos a Sam reunir os seis homens que, além dele, participarão dessa missão praticamente suicida. Ao ser convidado para participar, Josh Faraday (Chris Pratt) questiona: “É difícil? ”, Sam responde: “Impossível. “. Seremos apresentados a Goodnight Robiv Heaux (Ethan Hawke), Bill (Lee Byunghun), Jack Horne (Vincent D´Onofrio), Vasquez (Manuel Garcia-Rulfo) e Red Harvest (Martin Sensmeier). Em todas estas apresentações, conheceremos também suas habilidades peculiares. É dessa forma que o diretor nos prepara para a segunda metade do filme. Queremos ver aqueles homens em ação. Queremos o grande duelo. Já conhecemos a vilania de Bogue, a inaptidão dos moradores de Rose Creek e, principalmente, o carisma de nossos cowboys. Queremos justiça, mas aceitamos vingança. 
      Nesta versão, a dinâmica entre os sete homens é mais desenvolvida. Eles têm mais cenas juntos e discutem o plano de ataque meticulosamente. Faraday gosta de contar que, certa vez, um homem, ao cair do 10º andar de um prédio, em cada andar, exclamava: “Até aqui, tudo bem! ”. Esta é uma boa metáfora para a missão daqueles 07 homens que tinham que enfrentar um "exército". Mas, como Jack afirma a Sam, “É bom estar a serviço dos outros com homens que eu respeito e eu não devia pedir nada além disso”. Sobre os cidadãos do vilarejo, o vilão esclarece a Sam que “se Deus não as quisesse tosadas, não as teria feito ovelhas”. E é essa a grande reflexão do filme: Será que as ovelhas foram feitas mesmo para serem tosadas?