terça-feira, 26 de outubro de 2010

O pequeno Nicolau

O Pequeno Nicolau (2010)


Branca Machado – 26/10/2010

Numa sala de aula, os alunos, de uns 07 anos, discutem a história “O Pequeno Polegar”. Para eles, o pai do personagem abandonou as crianças na floresta por que estava pobre, já que tinha muitos filhos. De repente, Joaquim, atrasado, entra na sala. A professora parabeniza o aluno que acabou de ganhar um irmãozinho. Esta virou a grande novidade da classe. Só se falava nisso. Joaquim está arrasado. É um horror ter um irmãozinho: "não pode gritar, tem que dividir o quarto, os brinquedos..." Nicolau (Maxime Godart), intrigado, procura saber como Joaquim descobriu que ia ganhar um irmãozinho e o amigo responde: "Meu pai estava bizarro. Ele estava bonzinho com minha mãe”. Nicolau, então, começa a observar os pais e, logo, conclui que ele também terá um irmãozinho.

Dirigido por Laurent Tirard, o filme é uma comédia infantil, cheia daquele humor inocente dos quadrinhos que costumávamos ler quando éramos pequenos. E não é por acaso, já que é baseado nas histórias infantis de René Goscinny de Le Petit Nicolas. Nicolau é uma criança que vive uma infância tranquila e feliz e não quer nenhuma mudança, principalmente, a concorrência de um irmão. A trama é bem amarrada e nos faz compreender as associações precipitadas do garoto.

Quando, no dia seguinte à notícia, Joaquim falta à escola, Nicolau, influenciado pela sua interpretação de O Pequeno Polegar, supõe que os pais do amigo deram sumiço nele para dar lugar ao irmão. E o pior é que, neste dia, seu próprio pai o convida para um passeio na floresta... Para completar, ele escuta o pai planejando um jantar para seu patrão e ouve a seguinte parte do diálogo: "O que vamos fazer com o Nicolau? Ele não vai poder ficar. Faz muita bagunça." Pronto! A confusão está armada.

Nicolau, apavorado, resolve formar uma liga secreta com seus amigos para salvá-lo. A primeira estratégia da liga é fazer com que Nicolau agrade os pais para eles desistirem de sumir com o filho, mas, como tudo o que ele faz só piora as coisas em casa, eles concluem que a saída será sumir com o bebê. Impossível, para mim, não lembrar dos planos infalíveis do Cebolinha para pegar o colelhinho da Mônica.

Somos enviados a um mundo infantil que já não é mais tão comum... Não há televisão, muito menos videogames, ou computador. A diversão é na rua, com a turma. As crianças têm menos informação, então, imaginam mais. A infância é mais pura. Nicolau, ao final, decidiu o que queria fazer quando crescesse: “Vou fazer as pessoas rirem”. Se depender do filme, já conseguiu.