quinta-feira, 20 de maio de 2010

Um Homem Sério

Em certo momento de "Um homem Sério", Lawrence Gopnik (Michael Sthulbarg) recebe um telefonema sobre uma cobrança de uma assinatura que ele teria feito. Ele argumenta: "Mas eu não posso estar devendo. Eu não fiz nada". E seu interlocutor responde: "Exatamente. Quando não se faz nada, é porque se aceitou a assinatura." De certa forma, este diálogo resume toda a situação do personagem. Lawrence é um homem sério, só faz o que é certo e, de repente, sua vida está repleta de problemas dos mais variados. Como a dívida da assinatura que ele não fez, tais problemas só aumentam. O protagonista passa, então, a questionar: "Por que comigo? Afinal, eu nunca fiz nada!" Será que há realmente um motivo para que certas coisas aconteçam com a gente? Perdemos tanto tempo pensando nas causas e, na maioria das vezes, elas são gratuitas e, principalmente, aleatórias. Imagino que os irmãos Cohen, diretores do filme, queiram mostrar o quanto esta busca é inócua.Um filme que diverte mas, principalmente, faz pensar.

2 comentários:

  1. Branc, são interessantes demais o início (a lenda russa) e o fim (o furacão)do filme: cabe interpretações; gostaria de saber as suas - como também seus seguidores. UM abraço, Diane.

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  2. Bem, o início, para mim, funciona como um epílogo, uma introdução ao tema do filme e à questão da fé.Trata-se de uma pequena lenda iídiche. Ficamos, na lenda, sem saber se aquele senhor é ou não um espírito. Nosso personagem também não encontra respostas no filme. É tudo uma questão de fé. Como o aluno sul coreano aconselha, é tudo questão de "aceitar o mistério".
    Quanto ao fim, é mais uma prova de que tudo é realmente aleatório. Não há motivos para que as coisas aconteçam. Imagino que o nonsense da situação é justamente para nos fazer questionar: "Por quê?" E a resposta seria "Porque sim".

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