domingo, 21 de fevereiro de 2010

Preciosa

Nossa, ontem fui assistir ao "Preciosa". Como é triste... Chorei bastante. Mas não por que o diretor constrói todo um contexto para que a emoção venha, mas por que o contexto não precisa ser construído. A vida de Preciosa é aquela. Pronto. A meu ver, trata-se de uma história sobre o poder destrutivo da ignorância. Preciosa está terminando o primeiro grau e não sabe que D + I + A formam a palavra "dia". E, por não saber, não é capaz de perceber o  tamanho da crueldade de sua mãe. Para ela, a truculência sempre foi uma resposta normal. É bonito assistir às  transformações da protagonista e a sua redentora reação por meio da sua escrita e do desenvolvimento da sua capacidade de refletir. No caso do filme, não é o amor a resposta, mas a educação.

4 comentários:

  1. Branca,
    Obrigado por suas indicações. Dificilmente teria assistido Preciosa se não fosse sua indicação. O trailer me assustou, mas o filme contrabalança a crueldade da realidade com a humanidade da personagem principal.
    Acho que o filme não retrata apenas uma situação da miséria. O filme fala de uma forma de viver ausente que atravessa todas as classes. Fenômeno visto na mãe que vê televisão o dia todo e se irrita com a filha, na escola que finge que ensina, nas visitas da assistente social, na vida da Preciosa antes de ir para a escola alternativa. A mudança de atitude de Preciosa fica claro quando ela fala na escola nova, e, quando a professora a pergunta como ela se sente ao falar, ela responde: "aqui". A ausência de alguns personagens contrasta com a presença da professora da escola alternativa, do enfermeiro, da Preciosa como mãe.

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  2. Podemos usar até mesmo a Preciosa em seu exemplo.Ela era "ausente" para aquela vizinha que sempre a procurava e que só tinha como resposta a truculência da protagonista. Já, no último encontro entre as duas, ela trata a vizinha com um respeito e um entendimento que só foram possíveis depois da presença transformadora da professora em sua vida.

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  3. talvez ela tivesse dislexia

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  4. Suponho pontos compartilhados, principalmente na abordagem psicosocial, com o recente anime Mary and Max e com um clássico dos 50's Marty. SE concorda gostaria que discorresse mais sôbre. Saudações cinéfilas, Diane. A tempo: refiro-me à Preciosa.

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