Não vemos cowboys galãs, elegantes, imbatíveis. São personagens de um sertão nada plástico. Babu Santana e Ângelo Antônio interpretam dois rivais. Após Luiza (Tuanny Araújo) trocar Totó (Ângelo Antônio) por Durval (Babu Santana), Totó quer vingança. Alguns críticos disseram que, apesar da trama, o filme é lento com uma disputa que custa a sair do lugar. Mas trata-se do ritmo daquele sertão. Daqueles personagens. São lentos. São limitados. Não poderiam mesmo estar em um thriller dinâmico.
Com apenas uma mulher em cena durante 30 segundos, o filme mostra homens frágeis, querendo honrar algo que nunca tiveram. A impressão que se tem é que elas saíram de cena porque não têm mais paciência. Como escreveu Luiza Missi do Splash: “a nova aposta do cinema nacional quase não tem mulheres em cena, e isso é bom.” O lugar delas não deve ser mesmo ali. Ao lado de homens, cuja vida se limita a tomar um shot, ver o tempo passar e arrumar motivos para tornarem-se mocinhos e bandidos. Elas merecem mais.
“Oeste outra vez” mostra, assim, o lado b do estilo que representa. Talvez, muito mais real. O que vemos ali são homens inseguros, carentes, buscando propósitos aleatórios. Até na sinuca, presente em todos os bares em cena, não os vemos encaçapar uma bola. É uma versão que causa descolamento, comicidade e, quem sabe, um certo desconforto. Afinal, enxergar-se sem máscaras traz uma enorme vulnerabilidade.